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Cotidiano>> Média de suicídio indígena é superior à brasileira

sexta-feira, 29 de maio de 2009 | 29.5.09 WIB Last Updated 2010-02-08T18:41:16Z
Foto: CMI
Fonte: Agência EM TEMPO
A taxa de mortalidade por suicídio registrada nos povos indígenas em 2008 pelo Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) Alto Solimões, foi de 38,32 para cada 100 mil habitantes, 751% a mais que a média máxima brasileira, de 4,5. Segundo a Fundação Nacional de Saúde (FUNASA), a média desta região do Estado é uma das piores do mundo. Os dados são de 27 de maio deste ano.

Os números foram apresentados na abertura do “Seminário sobre o Enfrentamento de Situações que Colocam em Risco as Comunidades Indígenas do DSEI Alto Rio Solimões”, ocorrido também em maio.

Estão inclusos nesta estatística os municípios de Tabatinga, Benjamin Constant, Santo Antônio do Iça, Amaturá, São Paulo de Olivença e Tonantins. A média do Brasil, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) é de 3,9 a 4,5 para cada 100 mil habitantes. O DSEI Alto Solimões atende 42.093 indígenas pertencentes a sete etnias, predominantemente, Ticuna.

De acordo com o gerente da Saúde Mental da FUNASA em Brasília (DF), Dr. Carlos Coloma, a taxa registrada no Alto Solimões segue a tendência mundial. Nos países que trabalham o suicídio indígena, tais como Austrália, Canadá, Nova Zelândia e EUA, os índices são superiores aos dos não indígenas. “Os povos indígenas se encontram em um mundo tradicional frente a uma perspectiva mundial que tem outras regras, então, passam a viver uma crise econômica, social e familiar”, avalia.

Medidas

A partir de desafios e propostas apresentados por lideranças e adolescentes indígenas Ticuna, em seminário encerrado ontem, em Tabatinga (a 1.700 quilômetros de Manaus), a Funasa elaborará um Plano de Enfrentamento de Situações que Colocam em Risco as Comunidades Indígenas do DSEI Alto Rio Solimões.

O coordenador do DSEI Alto Rio Solimões, Plínio Souza da Cruz, enviará, em quinze dias, a proposta do plano que a Funasa construirá para os participantes do seminário avaliarem. Após ser finalizado, a execução será acompanhada por um comitê formado pelas instituições parceiras e indígenas. “O primeiro passo foi dado com a realização desse seminário inédito no Amazonas, agora vamos atuar de forma conjunta para diminuir esses índices que ameaçam os povos indígenas”, afirmou.

A estratégia é resultado do evento promovido pelo Unicef e Funasa, que durante três dias reuniu 90 representantes indígenas, gestores públicos estaduais e federais, prefeituras municipais, universidades e Organizações não Governamentais (Ongs) com a finalidade de identificar soluções para situações relacionadas ao alcoolismo, uso de drogas, violência e suicídios nos indígenas dessa região do Amazonas.

De acordo com o coordenador do Escritório do Unicef em Manaus, Halim Antônio Girade, o evento promoveu um momento em que lideranças e adolescentes Ticuna foram ouvidos sobre suas dificuldades relacionadas à saúde mental. “Seus depoimentos serão fundamentais para a construção desse plano que será executado pelas instituições e parceiros. Esses contribuirão, dentro de suas responsabilidades, no enfrentamento a situações que põem em risco os indígenas do Alto Solimões”, disse.

O cacique Oswaldo Mendes, da comunidade Umariaçu I, no município de Tabatinga, destacou que o povo Ticuna precisa de apoio para superar as conseqüências da entrada de drogas e álcool nas comunidades indígenas. “As providências tem que ser rápidas, pois a situação está muito complicada. Falta oportunidade para os nossos adolescentes e jovens que não encontram alternativas e terminam entrando em coisas ruins”, avalia.

Permitida reprodução deste citada a fonte.
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