Fonte: Agência EM TEMPO
Assim como nos municípios do interior do Amazonas, os prejuízos causados pela cheia do rio Negro podem ser visto em toda a orla da cidade de Manaus. O cenário é de casas submersas, bares e comércios fechados, estaleiros parados devido a invasão da água, que este ano chegou mais cedo.
Na Marina do David, no Tarumã, zona Oeste, a água já ocupou o estacionamento antes utilizado pelos motoristas que frequentemente realizam a travessia. Os catraieiros que ali trabalham afirmam que, com a cheia do rio, os balneários, como a praia da Lua, bastante procurada pelos banhistas, praticamente já desapareceram, mas mesmo assim as pessoas continuam atravessando.
“Ainda resta um pouco de praia, por isso as pessoas ainda não pararam de frequentar, mas acredito que nas próximas semanas a praia não estará mais lá, aí vamos ter prejuízo, pois não vai ter gente para atravessar”, comentou o catraieiro Manuel Costa, conhecido como Veva. Ele contou ainda que com a cheia a navegação fica mais perigosa. “O rio fica mais bravo e fica perigoso viajar em embarcação de pequeno porte devido o forte banzeiro”, explicou.
A água também ameaça invadir os condomínios de luxo, localizado às margens do rio próximo à praia da Ponta Negra. No Hotel Tropical, a parte mais baixa já foi ultrapassada pelas águas do rio. Na manhã de ontem, na praia da Ponta Negra, o lugar na escada era disputado pelos banhistas que não se assustaram com o nível da água, bem acima da média.
Na comunidade conhecida como Favela Meu Bem, Meu Mal, na beira rio da Compensa, Zona Oeste, muitos dos moradores tiveram que abandonar suas casas que já foram inundadas. A comerciante Cláudia Nascimento, 39, disse que há duas semanas as pessoas que moram na comunidade têm procurado a casa de parentes para fugir da enchente. “Alguns, como meus vizinhos aqui do lado saíram, mas não tiveram tempo de recolher todas as coisas. Aí dentro ainda está o aparelho de som, sofá, guarda-roupa. Eles só conseguiram tirar o básico, como as roupas. Estamos orando para que esse rio não suba mais”, contou.
A filha de Cláudia, Késsia Nascimento, 21, também teve que deixar sua casa. “O rio subiu rápido não deu tempo de levantarmos o assoalho. Enquanto o rio não baixar, eu vou continuar morando de favor na casa da minha irmã. Mas, ela também tem medo que sua casa seja inundada”.
Morando no local há mais de dez anos, o pedreiro Getúlio Leite, 31, disse que já presenciou outras enchentes, mas não tão grave quanto esta. “Até porque geralmente a enchente só é em junho. Então se continuar subindo, minha casa e de toda a vizinhança vai para o fundo também”.
>>O risco são os desabamentos
As chuvas também preocupam os moradores que vivem cercados por barrancos. “Com a última chuva que teve, parte do barranco desabou. Isso aconteceu por volta das sete horas da manhã, todos se assustaram. Vivemos sob tensão aqui, ora a enchente, ora o barranco, e a chuva contribui diretamente”, informou Getúlio.
Na Beira Rio do São Raimundo, a dona de casa Raimunda Souza, 49, informou que para sair de sua casa, só de canoa. “O caminho por terra que tinha para nós sairmos não existe mais, a água levou tudo. As crianças, para irem à escola têm que usar a canoa, se precisarmos ir ao comércio, a canoa é a única alternativa. Tudo depende dela agora”.
Ontem, a dona de casa Thaís da Silva, 17, teve que tirar todas as coisas de sua casa e levar para a residência de dona Raimunda. “Vivemos assim agora, dependemos da boa vontade dos vizinhos. Quando a chuva passa e o banzeiro diminui vou pra casa, quando volta a chover e o rio se agita corro para a vizinha, e assim vamos levando”.
No Centro, próximo a área da Manaus Moderna, o comerciante Eduardo Martins, 35, teve que fechar o seu bar que foi inundado pela água. Eduardo contou que o bar pertence à sua família há mais de 40 anos e nunca tiveram tanto prejuízo quanto estão tendo agora. “Estou tentando construir uma maromba para tentar reabrir o bar, pois é daqui que eu tiro meu sustento e da minha família”, relatou.
Permitida reprodução deste citada a fonte.
Assim como nos municípios do interior do Amazonas, os prejuízos causados pela cheia do rio Negro podem ser visto em toda a orla da cidade de Manaus. O cenário é de casas submersas, bares e comércios fechados, estaleiros parados devido a invasão da água, que este ano chegou mais cedo.
Na Marina do David, no Tarumã, zona Oeste, a água já ocupou o estacionamento antes utilizado pelos motoristas que frequentemente realizam a travessia. Os catraieiros que ali trabalham afirmam que, com a cheia do rio, os balneários, como a praia da Lua, bastante procurada pelos banhistas, praticamente já desapareceram, mas mesmo assim as pessoas continuam atravessando.
“Ainda resta um pouco de praia, por isso as pessoas ainda não pararam de frequentar, mas acredito que nas próximas semanas a praia não estará mais lá, aí vamos ter prejuízo, pois não vai ter gente para atravessar”, comentou o catraieiro Manuel Costa, conhecido como Veva. Ele contou ainda que com a cheia a navegação fica mais perigosa. “O rio fica mais bravo e fica perigoso viajar em embarcação de pequeno porte devido o forte banzeiro”, explicou.
A água também ameaça invadir os condomínios de luxo, localizado às margens do rio próximo à praia da Ponta Negra. No Hotel Tropical, a parte mais baixa já foi ultrapassada pelas águas do rio. Na manhã de ontem, na praia da Ponta Negra, o lugar na escada era disputado pelos banhistas que não se assustaram com o nível da água, bem acima da média.
Na comunidade conhecida como Favela Meu Bem, Meu Mal, na beira rio da Compensa, Zona Oeste, muitos dos moradores tiveram que abandonar suas casas que já foram inundadas. A comerciante Cláudia Nascimento, 39, disse que há duas semanas as pessoas que moram na comunidade têm procurado a casa de parentes para fugir da enchente. “Alguns, como meus vizinhos aqui do lado saíram, mas não tiveram tempo de recolher todas as coisas. Aí dentro ainda está o aparelho de som, sofá, guarda-roupa. Eles só conseguiram tirar o básico, como as roupas. Estamos orando para que esse rio não suba mais”, contou.
A filha de Cláudia, Késsia Nascimento, 21, também teve que deixar sua casa. “O rio subiu rápido não deu tempo de levantarmos o assoalho. Enquanto o rio não baixar, eu vou continuar morando de favor na casa da minha irmã. Mas, ela também tem medo que sua casa seja inundada”.
Morando no local há mais de dez anos, o pedreiro Getúlio Leite, 31, disse que já presenciou outras enchentes, mas não tão grave quanto esta. “Até porque geralmente a enchente só é em junho. Então se continuar subindo, minha casa e de toda a vizinhança vai para o fundo também”.
>>O risco são os desabamentos
As chuvas também preocupam os moradores que vivem cercados por barrancos. “Com a última chuva que teve, parte do barranco desabou. Isso aconteceu por volta das sete horas da manhã, todos se assustaram. Vivemos sob tensão aqui, ora a enchente, ora o barranco, e a chuva contribui diretamente”, informou Getúlio.
Na Beira Rio do São Raimundo, a dona de casa Raimunda Souza, 49, informou que para sair de sua casa, só de canoa. “O caminho por terra que tinha para nós sairmos não existe mais, a água levou tudo. As crianças, para irem à escola têm que usar a canoa, se precisarmos ir ao comércio, a canoa é a única alternativa. Tudo depende dela agora”.
Ontem, a dona de casa Thaís da Silva, 17, teve que tirar todas as coisas de sua casa e levar para a residência de dona Raimunda. “Vivemos assim agora, dependemos da boa vontade dos vizinhos. Quando a chuva passa e o banzeiro diminui vou pra casa, quando volta a chover e o rio se agita corro para a vizinha, e assim vamos levando”.
No Centro, próximo a área da Manaus Moderna, o comerciante Eduardo Martins, 35, teve que fechar o seu bar que foi inundado pela água. Eduardo contou que o bar pertence à sua família há mais de 40 anos e nunca tiveram tanto prejuízo quanto estão tendo agora. “Estou tentando construir uma maromba para tentar reabrir o bar, pois é daqui que eu tiro meu sustento e da minha família”, relatou.
Permitida reprodução deste citada a fonte.