A 'Grande Enchente' já desabrigou centenas de famílias nas orlas da cidade.Fonte: Agência EM TEMPO
Nem é necessário recorrer aos números das instituições que controlam o nível dos rios. Basta comparar a foto tirada há um mês atrás, quando foi dado o primeiro alerta das cheias, a tirada na quinta-feira, 30, data do segundo alerta, para identificar a rápida subida do rio e mais: falta muito pouco para que as águas ultrapassem o muro de contenção do Porto de Manaus, transbordem e invadam as ruas do Centro.
Para ser preciso, falta exatamente 1 metro para que isso aconteça. E, usando os números oficiais, pela média da elevação do rio nos últimos dias 3 cm diários, segundo o Serviço Geológico do Brasil (CPRM), essa cota será atingida nos primeiros dias de junho. E a previsão é que continue chovendo em junho, quando deve ser registrado o pico das cheias.
O alerta vermelho para Manaus foi dado há aproximadamente 10 dias, quando o rio Negro atingiu 28,60. Na quinta-feira, ele estava 6 cm acima do nível de emergência.
Fora do Centro, já é possível observar os efeitos da enchente, que atinge famílias moradoras das áreas alagadiças da cidade como nos bairros da Glória, São Raimundo, Igarapé do 40, São Jorge, Matinha, Bariri, Betânia, São Geraldo, Bairro do Céu, Santa Luzia, Morro da Liberdade, Raiz e Educandos.
De acordo com a assessoria da Secretaria Municipal de Defesa Civil (SEMDEC), pelo menos 3.047 casas em toda a cidade já foram atingidas pelas cheias e a tendência é que esse número aumente. O bairro de São Jorge é o mais afetado segundo informou a assessoria.
O órgão informou que mapeou todas as áreas atingidas para fazer o monitoramento diário da situação das casas, além de distribuir madeira para que as famílias possam ‘suspender’ os assoalhos e construir pontes. Até ontem, foram usadas 58 dúzias de madeira para a construção de pontes e subpontes nos locais afetados. A assessoria informou ainda que está prevista a chegada de mais madeira de sábado para domingo por conta de uma parceira com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). De acordo com a Defesa Civil do Estado, até ontem pelo menos 16 municípios já sofrem com a enchente. No total, aproximadamente 33 mil famílias já foram atingidas e 20 mil afetadas no interior.
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