
Segundo usuários dessas linhas, o desvio de trajetória pode ter como razão a precariedade do motor desses veículos, que não têm “força” suficiente para vencer toda a inclinação da laje superior do viaduto, principalmente no horário do final da tarde, quando esses carros chegam a transportar mais de 200 passageiros por viagem.
O operador de máquina Clorisvaldo Martins, 34, que costuma pegar a linha 672 (Centro - Terminal 5), disse que em uma das viagens, na volta do trabalho, todos os passageiros do ônibus que ele estava tiveram que descer do veículo na metade da alça superior do viaduto. Segundo ele, o carro não suportou o excesso de peso e parou. “(O ônibus) não teve força, e o motorista pediu para a gente descer e pegar o ônibus mais na frente”, contou Martins, completando, “São ônibus velhos, e, no final da tarde, vêm lotados”.
O instrutor e motorista da empresa São José, Amaral Furtado, confirmou que, de fato, um ônibus da linha 672 já parou no meio do viaduto. Mas, de acordo com ele, o veículo interrompeu a subida por causa de uma obstrução da mangueira que leva combustível para o motor, e não por causa de qualquer falta de potência da máquina. “Esses ônibus sobem, sim, o viaduto. Naquele dia foi um problema mecânico, pontual”, garantiu o motorista.
Ainda de acordo com Amaral Furtado, os motoristas de ônibus que insistem em fazer o trajeto da rotatória, ao invés de seguirem pela alça superior do viaduto estão agindo por conta própria. “Não temos essa orientação da empresa. O certo é subir, pois não faz sentido construir o viaduto e continuarmos fazendo o trajeto da bola”, ressaltou Furtado. No final da tarde de ontem, a reportagem flagrou os condutores das linhas 652 e 672 insistindo em trafegar no trajeto errado. A CRÍTICA tentou falar com o diretor executivo da empresa São José, Rosano Conte, no número 8802-11XX, mas não obteve sucesso.
Fonte: Fiscais do IMTU, publicado por Lúcio Pinheiro, do jornal A Crítica
Foto: Michel Dantas/AE
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