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segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009 | 9.2.09 WIB Last Updated 2009-09-10T01:50:18Z
Avião é retirado do rio e corpos são sepultados
Foto: EM TEMPO
De: Jerry Araújo. E-Mail: redacaogja@globomail.com
A aeronave Embraer Bandeirante 110, com prefixo PT-SEA, pertencente a companhia Manaus AéreoTaxi, que caiu na tarde de Sábado (07) no rio Manacapuru, próximo da cidade com o mesmo nome. Na tragédia, 28 pessoas estavam a bordo, 24 morreram, entre elas 7 crianças entre 4 meses e 11 anos de idade.

A localização da decolagem até a queda no rio Manacapuru.
Imagem: Reprodução/G1
A aeronave foi retirada do rio por uma balsa e uma escavadeira como função de guindaste, cedida pelo Consócio Gasoduto do Amazonas (CGA), para auxiliarem no resgate. Segundo o comandante da balsa, Renilson Vieira, 60, o equipamento tinha capacidade para suportar mais de 100 toneladas. ''Estamos aqui para ajudar. Trabalhamos aqui perto e viemos para cá o mais rápido possível'', disse. O acidente ocorreu cerca de 800 metros de um dos canteiros de obras do Gasoduto Coari-Manaus, eles também ofereceram cordas, cintas e correntes para erguer o avião.

Por volta das 14h15, chega uma lancha da Polícia Militar (PM) de Manacapuru, onde acionam o Corpo de Bombeiros e a Defesa Civil. Cerca de 50 homens, entre bombeiros, policiais militares e civis, agentes da Defesa Civil e operários do CGA, atuaram no resgate, fora os voluntários que estavam no local.

No começo das 16h, o avião começou a ser erguido e rebocado por cerca de 500 metros, atravessado o rio Manacapuru. O primeiro corpo a ser retirado, era de um homem, às 19h e o último, do Co-Piloto Danilson Cirilo Ayres, 23, é retirado às 22h30 e onde é encerrada a busca por mais vítimas.

Uma família dizimada pela tragédia
De: Jerry Araújo. E-Mail: redacaogja@globomail.com
Das 24 pessoas que morreram no acidente, 20 eram da família Melo, segundo Omar Melo Filho, onde afirmou ter pago R$ 8 mil para trazer a família a Manaus, para que participassem de sua festa de aniversário. Cinco irmaõs de Omar morreram, além se sobrinhos e cunhados.

Ex-Jogador de futebol morre abraçando suas duas filhas
O filho de João Liberal, Erick com seu irmão, Yan, conseguiram sair ao avião.
Foto: EM TEMPO
De: Jerry Araújo. E-Mail: redacaogja@globomail.com
De acordo com o deputado estadual Davi Almeida, João Liberal Neto, 50, trabalhava em seu gabinete; João foi jogador do Nacional, Fast Clube e Rio Negro Esporte Clube. Aposentado do futebol, trabalhou na Prefeitura de Coari, gerenciando projetos voltados ao esporte.

João morreu abraçando as duas filhas Natália, 11 e Stephanie da Costa Liberal, 13, que estavam dormindo sob efeitos de sedativos.

Os irmaõs delas, Erick, 23 e Yan, 9, conseguiram sair da aeronave a tempo e segundo Ana Lúcia Reis, 43, que também sobreviveu ao acidente, afirmou que Yan disse após ser resgatado que ''agora está tudo acabado''.

Uma cidade de luto
De: Jerry Araújo. E-Mail: redacaogja@globomail.com
O vice-prefeito e prefeito em exercício, Leondino Menezes, decretou luto oficial de 3 dias no município de Coari, localizado a 363 quilômetros de distância de Manaus. Os velórios foram feitos em dois ginásios diferentes, as 20 vítimas da mesma família, no ginásio Geraldo Granjeiro e o do Co-Piloto, no ginásio Natanael Brasil. Segundo a PM, 45 mil pessoas foram aos velórios e sepultamentos que ocorreram no cemitério Santa Terezinha.

Vítima morre no seu berço e irmão policial ajuda a resgatá-la
O corpo da secretária de saúde de Coari, Joelma Aguiar é encontrado.
Foto: EM TEMPO
De: Jerry Araújo. E-Mail: redacaogja@globomail.com
Trabalhar em resgate na região amazônica é cansativo, triste e que sempre é difícil não envolver a pessoa a ajudar; sabendo que a própria irmã está entre as vítimas. Foi no caso do policial militar Daniel Aguiar, 32, onde sua irmã, Joelma Aguiar, 34, que era Secretária de Saúde de Coari, ficou presa e morreu afogada na aeronave.

No início do resgate, Daniel mostrou-se firme e capaz de participar da operação. Falou que era o papel dele naquele momento, ajudando a retirar os corpos o mais depressa possível, antes que os animais aquáticos os atacassem, dificultando o reconhecimento das vítimas. ''Estou aqui ajudando no resgate, sabendo que minha irmã está lá dentro. Vou tirá-la de lá. Tenho que fazer isso'', declarou o PM.

Chegava às 21h, e começa o cansaço. Já com o avião içado e com a retirada dos corpos acelerada, só era questão de minutos até o corpo de sua irmã ser retirada da aeronave.

Daniel afastou-se do local, quando havia resgatado cerca de 15 corpos, e avistou o irmão mais velho, Samuel a chegar ao local; os dois começaram a se abraçarem e tentaram se confortar. A cada corpo retirado das águas, ele, sem ver, perguntava para os companheiros de corporação em ação: ''É ela?". E uma hora um dos colegas disse: ''É sim. Tiramos a Joelma''. Os irmaõs choraram e se abraçavam. Sem dizer mais uma palavra, os dois entraram em um barco e foram a Manacapuru.

No velório da irmã, realizado na Igreja Assembleia de Deus Tradicional, em Manacapuru onde houve muita emoção e o pai de Joelma, o aposentado José Ximenes de Aguiar passou mal e teve que ser levado ao Hospital Lázaro Reis, naquele município. Joelma estava vindo a Manaus para encontrar o seu namorado.

No meio da tragédia, um ribeirinho torna-se Herói
Foto: EM TEMPO
Fonte: Portal Amazônia
O ribeirinho Edílson Viana Rodrigues, 27, presenciou o momento em que o avião da Embraer EMB 110 Bandeirante, prefixo PT-SEA, caiu no rio Manacapuru deixando 24 mortos. O acidente ocorreu na tarde de sábado (7). Quatro pessoas sobreviveram ao acidente.

Rodrigues passava pelo local sozinho, a bordo de uma voadeira. Por impulso, disse ele, salvou os sobreviventes. Ele disse ter visto outra mulher desaparecida na água.

Em maio à confusão do resgate, ele contou ao jornal Diário do Amazonas os detalhes da tragédia:

?O que você viu?

Eu vi tudo. Primeiro ouvi um grande barulho. Quando olhei para cima, a aeronave já vinha descendo bem rápida com a hélice parada. Aí, ele triscou nas árvores da ilha do Monte Cristo. Pensei que o avião ia bater nas árvores e entrar na ilha, mas não foi o que aconteceu. Com certeza o piloto desviou para a água.

?E no momento do impacto, como foi?

Quando o avião triscou nas árvores, ele veio com mais velocidade e caiu de bico na água. Aí bateu e rodou. Ficou com o bico apontando para a ilha e começou a afundar bem rápido. Foi nessa hora que comecei a ir em direção ao local.

?Quando você chegou ao local, o que aconteceu?

Eu vi a porta do avião abrindo. Aí saiu uma senhora, um rapaz, um jovem e uma criança. A primeira reação foi ir em direção deles. Peguei os quatro e coloquei na voadeira. Quando eu estava resgatando os sobreviventes, ainda vi uma outra mulher saindo do avião. Foi só o tempo de pegar os que já tinham saído. Quando olhei de novo, ela já tinha desaparecido. Não sei se ela não sabia nadar ou estava ferida, mas não apareceu mais.

?A aeronave afundou muito rápido?

Demais. Quando eu peguei as mulheres e dei falta da outra, olhei para o avião para ver se tinha mais gente saindo e percebi que o avião estava afundando. Acho que foi para o fundo em menos de dos minutos. As mulheres estavam com medo e disseram que outras 20 pessoas ainda estavam lá dentro. Minha primeira reação foi cortar uma corda que eu tinha e tentar amarrar o avião, mas mesmo assim ele afundou.

?Quando o avião afundou, o que você fez?

Pulei para fora da voadeira e mergulhei. Queria ver se alguém mais conseguia sair. Vi o avião afundando cada vez mais. Aí vi uma das piores cenas de toda a minha vida. As pessoas batiam na janela pedindo socorro e desesperadas. Eu até perdi o fôlego quando vi isso. Só batiam nas janelas. Aí não deu tempo de fazer mais nada. Afundou por completo.

?Em depois de resgatar as vítimas, o que você fez?

Liguei para a cidade, mas pensaram que era trote. Só chegaram depois de 30 minutos.

?Como você se sente agora? (Por volta das 21h de sábado)

Ainda estou assustado. Não comi nada até agora. Graças a Deus consegui salvar quatro pessoas, mas não vou esquecer as outras batendo na janela. Fiz o que pude.

Outro acidente aconteceu no mesmo local, há 10 anos atrás

A aeronave EMB Bandeirante, prefixo PT-LGN caiu no dia 29 de Julho de 1998, na mesma localidade. Dos 27 ocupantes a bordo, 12 morram.
Foto: Arquivo/Jetsite
De: Jerry Araújo. E-Mail: redacaogja@globomail.com


No interior do AM, fiscalização é ao 'Deus-dará'
Fonte: Bom Dia Brasil/Tv Globo
Há suspeitas de irregularidades - e a gente se pergunta se não há fiscalização antes da decolagem dessas pequenas aeronaves.

No interior do estado, a fiscalização é ao Deus-dará. O bandeirante é um bom avião. O último a ser fabricado, o de número 498, foi entregue justamente ao estado do Amazonas, em 1995.

Sem um dos dois motores, o EMB-110 consegue se safar na emergência, a menos que tenha excesso de peso. Cabem, no avião acidentado, 18 passageiros e dois tripulantes. Mas havia, além do piloto e o copiloto, 26 passageiros. Portanto, havia 18 pessoas sentadas e com cinto de segurança e oito soltas no avião, lotando o corredor. Muito além do peso, o excesso de lotação impedia a fuga na hora do mergulho no rio.

Com o choque, comprimiram-se mais, em direção à frente, tanto que os quatro da cauda é que conseguiram sair. Com a fuselagem intacta, os outros morreram afogados. É a perícia que pode dizer isso, mas tudo indica que foi assim. Quanto ao motor parado, autoridades pensam em combustível adulterado.

O avião é mais pesado que o ar. Não mais pesado que a água, a ponto de afundar tão rápido, a menos que estivesse com excesso de peso. O avião parece ter afundado pelo mesmo motivo pelo qual afundam barcos na Amazônia: excesso de lotação.

Fonte: Portal Amazônia
A contabilista Ana Lúcia Laurea, uma das sobreviventes do acidente com o avião Bandeirantes que caiu no último sábado (7) no rio Manacapuru, no Amazonas, declarou nesta manhã (8) em entrevista ao Portal Amazônia que não chovia no momento do acidente. Ela disse que o tempo estava nublado, mas que não houve chuva, mesmo no momento do resgate.

"A hélice parou. Percebemos que havia um problema. Começamos a ver as árvores muito perto e o avião começou a perder altitude. Não havia chuva, nem no momento do resgate havia chuva, apesar do céu estar nublado. Eu vi que a hélice parou e comecei a ficar preocupada porque já estava faltando pouco para chegar em Manaus, mas não avistávamos Manacapuru. Eu disse para a Brenda que não tinha mais altura, que ele ia jogar direto no rio. Começamos a rezar e o avião bateu na água. A presença de espírito da Brenda foi maravilhosa. Quando olhei, ela havia aberto a porta. Eu consegui sair, mas o avião já estava submerso, vi um tronco de árvore e consegui nadar até ele. Eu estava com uma sandália alta que não me deixava nadar, mas percebi como se algo a estivesse retirando, acho que foi um anjinho. Foi muito difícil ver as pessoas, o Erick e o Yan gritando pelo pai, pela irmã. Peço a Deus para acalmar o coração deles", declarou Ana Lúcia.

De acordo com informações do coordenador da Defesa Civil de Manacapuru, Daniel Guedes, uma forte chuva fez com que o piloto tentasse retornar ao aeroporto de origem. O Avião pediu autorização para o controle de Manaus para retornar. O centro autorizou a volta , mas essa desapareceu do sinal de comunicação. De acordo com a Aeronáutica, o avião caiu a 500 metros da pista.

A sobrevivente Brenda Dias Moraes, 21, diz que viu várias crianças com cerca de oito anos viajando no colo de outras pessoas no vôo. Segundo ela, o menino de nove anos que sobreviveu, só se salvou porque viajava no colo do irmão que também escapou.

Nesta segunda-feira, o Seripa, órgão da Aeronáutica que investiga acidentes aéreos começou a investigar o acidente. A Aeronáutica não descarta a hipótese de pane na aeronave. Cinco agentes trabalham na coleta de dados. A previsão é de que em dez dias seja emitido um relatório preliminar sobre o ocorrido.

Segundo dados do Seripa, em 2007 foram registrados cinco acidentes com aviões de pequeno porte na região. Em 2008 foram nove. O acidente com o Bandeirante que caiu no rio Manacapuru entrou para as estatísticas como o primeiro acidente grave de 2009.

ANAC vai abrir processo administrativo contra Manaus AeroTáxi

Fonte: Portal G1
A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) vai abrir um processo administrativo para verificar as condições de operação da Manaus Aerotáxi, dona do Bandeirante que caiu no último sábado (7) em um rio no Amazonas matando 24 pessoas.

Segundo a agência, o procedimento vai checar, por exemplo, se a empresa está seguindo todos os procedimentos de segurança necessários para operação. O processo pode levar até seis meses para ficar pronto. Caso seja constatada alguma irregularidade, a Manaus Aerotáxi pode ser multada.

A aeronave que caiu no Rio Manacapuru, prefixo PT-SEA, estava com o registro aeronáutico regular –ou seja, com seguro, certificado de aeronavegabilidade e inspeção anual de manutenção em dia. Segundo a Anac, nenhum avião da empresa havia se envolvido em acidentes até o último sábado.

Em novembro de 2008, a agência havia feito uma auditoria na empresa. Nada de irregular foi constatado na época.

>>Sobrepeso

A Manaus Aerotáxi descartou a hipótese de sobrepeso no avião. A informação foi passada em entrevista coletiva por Marcos Pacheco, vice-diretor da empresa.

Segundo ele, a capacidade da aeronave era de 5 toneladas - contando 100 kg para cada passageiro, daria cerca de quase 3 toneladas.

De acordo com a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), é de responsabilidade do piloto o controle da quantidade de passageiros, o que não isenta, entretanto, a empresa aérea dona do avião.

O avião tinha capacidade para 18 passageiros e dois tripulantes - e levava 26 passageiros e dois tripulantes.

O excedente, segundo Pacheco, era de crianças de colo, que não representavam sobrepeso. E como o voo era fretado, segundo ele, a empresa não tem como controlar a quantidade de passageiros que embarcou no avião.

Segundo um site, a empresa Manaus AeroTáxi já se envolveu em acidente no AM em 1998
De: Jerry Araújo. E-Mail: redacaogja@globomail.com
De acordo com o site Desastres Aéreos, a empresa Manaus AeroTáxi já se envolveu em acidentes aéreos na região, um deles foi no dia 20 de Stembro de 1998, no aeródromo da cidade de Canutama, no Amazonas, onde em solo, uma pessoa morreu.

+Clique aqui e saiba mais sobre esse acidente

Permitida reprodução deste citada a fonte.
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