Vereador foi acusado de distribuir dentaduras à população durante a campanha eleitoral do ano passado.Com a barba de vários dias por fazer, ar abatido e voz embargada, o vereador Irailton Sena (PSL/PTdoB), cujo mandato foi cassado na segunda-feira pelo Tribunal Regional Eleitoral, compareceu hoje à Câmara Municipal de Manaus, de onde estava ausente há algum tempo, para falar sobre o desfecho do processo a que respondeu sob acusação de compra de votos.
"Tudo isso é fruto de uma denúncia anônima ocorrida em fevereiro, mas todos sabem que foi feita por uma pessoa... Será que quando um homem acha que seu relacionamento não tem mais futuro, o fato de pedir separação cria uma raiva tão imensa ao ponto de querer destruir a vida de outro ser humano? Mas nas minhas orações rezo pelo bem dessa pessoa", disse o parlamentar, lembrando que seu mandato sempre foi norteado pela dignidade.
Irailton Sena iniciou seu discurso de despedida à CMM garantindo que não cometeu nada de ilegal, mas também não iria fazer críticas ao TRE, porque acredita na Justiça e em que ela seja feita. Sena falou sobre sua infância humilde, que o obrigou a trabalhar como vendedor ambulante desde os oito anos de idade, e informou que mora "numa rua sem saída no bairro do Japiim desde os quatro anos de idade".
"Não estou dizendo isso para fazer média, mas falo porque parece que a única pessoa que cometeu ilicitude fui eu. Senhores vereadores, fui candidato ano passado pela quarta vez, e em todas as vezes estive entre os candidatos mais votados, fui suplente por duas vezes e me recusei a assumir em lugar de um vereador titular que estava com problemas na Justiça", acrescentou o parlamentar.
Sena disse ainda que se fosse suplente e o titular fosse cassado, não teria coragem de assumir o cargo, porque não é de rir da desgraça dos outros. "Quem ri de quem perdeu o mandato não tem coração", disse, antes de ouvir uma série de apartes.
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