De: Alex Rocha, no PR. E-Mail: publicitariorocha@hotmail.com
Olá. Todos sabem que a partir de agora serão adotadas algumas mudanças na Língua Portuguesa a fim de unificá-la entre os países que falam este idioma. Bom, não será exigido pra agora e temos até 31 de Dezembro de 2012 para nos adaptarmos. O problema é a confusão que isso vai gerar na sala de aula. A Língua Portuguesa é complexa, difícil de entender em alguma regras. Afinal, são tantas regras que você acaba tendo uma dúvida de surpresa em algum momento do dia.
Acredito que a Língua Portuguesa quando bem falada e escrita dá até gosto de saber que vale a pena todo o esforço para aprender (não decorar) todas aquelas regrinhas. Mas, imagine uma criança que acabou de sair do primário e que vai cursar a segunda metade do Ensino Fundamental com essas novas regras. Ela aprendeu "lingüiça" ao invés "linguiça". Tudo bem, eu particularmente, já havia aposentado o trema há muito tempo pelo fato dele ser facultativo. Acontece que essa bendita criança aprendeu que o trema servia para identificar as palavras onde o "u" era pronunciado. Agora qual argumento vão falar para o 'guri' que a linguiça que ele come deve ter o "u" pronunciado? "Ah, professora. 'preguiça' não tem que falar o 'u', por que eu tenho que falar em 'linguiça'?". Estou vendo que essa criança crescerá traumatizada.
E não é exagero. Hoje, há muitos profissionais que trabalham diretamente com redação e que escrevem absurdos em seus trabalhos. Refiro-me àqueles que têm a escrita como sua ferramenta principal de trabalho. Tem muitos docentes em ativdade que não se preocupam em escrever e falar um Português correto, sendo que eles nem têm ideia de que são um exemplo para jovens sedentos de aprendizado. E qual o motivo de um cidadão desse pecar com o Português? Certamente porque ele achou um saco estudar todas aquelas regrinhas. Confesso que eu, que sou bastante rigoroso no quesito gramática, nunca tive paciência para estudar as regras do Hífen. Este, por sinal, tem uma lista enorme de alterações com a reforma. Nunca fui bom com ele e sempre que preciso usá-lo, tenho que recorrer à Gramática. A propósito, acabo de lembrar que a minha está desatualizada e boa parte do que tem nela não serve mais. E lá vamos nós mais uma vez.
Outra coisa: como que vai colocar na cabeça do povo que o certo agora é "mandachuva" ao invés de "manda-chuva"? "Mêu fio, eu nem sabia que tinha tracinho. Escrevinhava tudo separado". É outro desafio que deverá ser encarado pela nova Ortografia: as características culturais. Norte, Nordeste, Sul, Sudeste e Centro-oeste possuem seu linguajar próprio. A linguagem verbal é bastante diferenciada. Tem o fator geração também. Há ainda idosos que escrevem "êste" porque eles aprenderam assim. Da mesma forma que há crianças que vão custar a compreender na escola qual palavra terá o "u" pronunciado ou não. Sem contar que em Portugal o negócio também está pegando. Como será unificada uma língua que é tão diferente em dois países? Outro dia mesmo, em um ponto de ônibus, um senhor português puxou papo comigo. Confesso que dos 10 minutos de tempo que dei atenção a ele, não entendi nem a metade do que ele disse. É daí que se reforça aquela velha história da Língua Brasileira.
Antes que pense mal de mim, eu não estou reclamando. É até muito bonita a ideia (estranho não acentuar esta palavra) de deixar todos os países que falam a Língua Portuguesa escreverem e falarem igualzinho. Até entendo o argumento de fortalecer o idioma no mundo; mas, cá pra nós, isso vai ser complicado demais. Vai dar muito nó na cabeça das pessoas.
Pra finalizar, algumas das novas regras feriram e magoaram bastante aqueles que têm o prazer de escrever um Português correto. Diga-me se não era um prazer acentuar a palavra "para", quando ela se referia a um verbo na terceira pessoa do singular do presente do indicativo. Agora não podemos mais.
Tudo bem. Você para para agradar a reforma. (Hunf!¬¬)
Um abraço e até a próxima.
Permitida reprodução deste citada a fonte.
Olá. Todos sabem que a partir de agora serão adotadas algumas mudanças na Língua Portuguesa a fim de unificá-la entre os países que falam este idioma. Bom, não será exigido pra agora e temos até 31 de Dezembro de 2012 para nos adaptarmos. O problema é a confusão que isso vai gerar na sala de aula. A Língua Portuguesa é complexa, difícil de entender em alguma regras. Afinal, são tantas regras que você acaba tendo uma dúvida de surpresa em algum momento do dia.
Acredito que a Língua Portuguesa quando bem falada e escrita dá até gosto de saber que vale a pena todo o esforço para aprender (não decorar) todas aquelas regrinhas. Mas, imagine uma criança que acabou de sair do primário e que vai cursar a segunda metade do Ensino Fundamental com essas novas regras. Ela aprendeu "lingüiça" ao invés "linguiça". Tudo bem, eu particularmente, já havia aposentado o trema há muito tempo pelo fato dele ser facultativo. Acontece que essa bendita criança aprendeu que o trema servia para identificar as palavras onde o "u" era pronunciado. Agora qual argumento vão falar para o 'guri' que a linguiça que ele come deve ter o "u" pronunciado? "Ah, professora. 'preguiça' não tem que falar o 'u', por que eu tenho que falar em 'linguiça'?". Estou vendo que essa criança crescerá traumatizada.
E não é exagero. Hoje, há muitos profissionais que trabalham diretamente com redação e que escrevem absurdos em seus trabalhos. Refiro-me àqueles que têm a escrita como sua ferramenta principal de trabalho. Tem muitos docentes em ativdade que não se preocupam em escrever e falar um Português correto, sendo que eles nem têm ideia de que são um exemplo para jovens sedentos de aprendizado. E qual o motivo de um cidadão desse pecar com o Português? Certamente porque ele achou um saco estudar todas aquelas regrinhas. Confesso que eu, que sou bastante rigoroso no quesito gramática, nunca tive paciência para estudar as regras do Hífen. Este, por sinal, tem uma lista enorme de alterações com a reforma. Nunca fui bom com ele e sempre que preciso usá-lo, tenho que recorrer à Gramática. A propósito, acabo de lembrar que a minha está desatualizada e boa parte do que tem nela não serve mais. E lá vamos nós mais uma vez.
Outra coisa: como que vai colocar na cabeça do povo que o certo agora é "mandachuva" ao invés de "manda-chuva"? "Mêu fio, eu nem sabia que tinha tracinho. Escrevinhava tudo separado". É outro desafio que deverá ser encarado pela nova Ortografia: as características culturais. Norte, Nordeste, Sul, Sudeste e Centro-oeste possuem seu linguajar próprio. A linguagem verbal é bastante diferenciada. Tem o fator geração também. Há ainda idosos que escrevem "êste" porque eles aprenderam assim. Da mesma forma que há crianças que vão custar a compreender na escola qual palavra terá o "u" pronunciado ou não. Sem contar que em Portugal o negócio também está pegando. Como será unificada uma língua que é tão diferente em dois países? Outro dia mesmo, em um ponto de ônibus, um senhor português puxou papo comigo. Confesso que dos 10 minutos de tempo que dei atenção a ele, não entendi nem a metade do que ele disse. É daí que se reforça aquela velha história da Língua Brasileira.
Antes que pense mal de mim, eu não estou reclamando. É até muito bonita a ideia (estranho não acentuar esta palavra) de deixar todos os países que falam a Língua Portuguesa escreverem e falarem igualzinho. Até entendo o argumento de fortalecer o idioma no mundo; mas, cá pra nós, isso vai ser complicado demais. Vai dar muito nó na cabeça das pessoas.
Pra finalizar, algumas das novas regras feriram e magoaram bastante aqueles que têm o prazer de escrever um Português correto. Diga-me se não era um prazer acentuar a palavra "para", quando ela se referia a um verbo na terceira pessoa do singular do presente do indicativo. Agora não podemos mais.
Tudo bem. Você para para agradar a reforma. (Hunf!¬¬)
Um abraço e até a próxima.
Permitida reprodução deste citada a fonte.