Protestos e 'vai-não-vai' sobre greve dos rodoviários prometem marcar a cidade nesta quarta
De: Redação. E-Mail: manausmanabus@ymail.comRepresentantes dos estudantes e dos taxistas (categorias que nas últimas semanas promovem manifestações em via pública a título de resguardar seus respectivos direitos) estiveram hoje (12), mais uma vez, na Câmara Municipal de Manaus (CMM). Os manifestantes foram recebidos pelo presidente da Casa, Luís Alberto Carijó e uma comissão de vereadores que decidiram levar a discussão das reivindicações para o plenário Adriano Jorge. Com faixas e cartazes pedindo a solução dos problemas que envolvem o transporte público urbano, as categorias lotaram a galeria do plenário e tiveram a oportunidade de expor suas solicitações de forma democrática.
O presidente do Sindicato dos Taxistas, Jorge Santana, ressaltou que a manifestação tem o objetivo de exigir do Instituto Municipal de Trânsito e Transporte (IMTT) a regularização da categoria. Entre os itens sugeridos para que sejam anexadas às emendas está a realização efetiva de fiscalização contra os veículos que transitam de forma ilegal; a retirada das kombis lotação de áreas para as quais não foram autorizadas; a fiscalização sobre o número de veículos; a proibição da atuação de moto-taxistas em shows e determinados pontos da cidade; além da vistoria de 22 placas suspensas no ano passado pelo IMTT. "As placas têm que vir para as mãos de quem é dono de direito e de fato", frisou Santana.
Além dos taxistas, os estudantes estiveram, mais uma vez na CMM. Desta vez, foram para mostrar à população que têm educação ao conversar, de forma pacífica com os vereadores para reivindicar a deliberação da emenda do vereador José Ricardo, que propõe a restituição das 120 meias passagens à classe estudantil de Manaus.
Infelizmente, com tom exaltado, o presidente da União Municipal dos Estudantes (UMES) citou nomes de vários vereadores que segundo ele, estavam contra a meia passagem estudantil. As acusações tiveram resposta imediata dos parlamentares que protestaram contra a maneira desrespeitosa como Paulo Oliveira se manifestou na tribuna. Já o presidente da União Brasileira dos Estudantes (UBES), Yann Yvanovick, num tom mais conciliador que o companheiro da UMES, pediu ao Poder Legislativo uma ação enérgica para atender a reivindicação dos estudantes e lembrou que muitos vereadores estavam no seu primeiro mandato e não poderiam ser responsabilizados pela aprovação da emenda que reduziu a meia passagem em dezembro de 2008.
"Peço aos vereadores e ao prefeito que possamos nos unir, pois agora não é um momento de divergir com coisas pequenas, o que está em jogo é o futuro do Estado e da cidade, pois se os estudantes não voltarem a ter as meias passagens vão parar de estudar", pediu Yann.
Yann tamém pediu para que os parlamentares não olhassem o projeto de emenda à Loman como se fosse só do vereador José Ricardo, mas como um projeto de todos os vereadores que têm compromisso com a população. "Esse é um projeto de todos os vereadores que não aceitam que os estudantes deixem de estudar, por isso conclamo a todos, inclusive àqueles que no ano passado votaram pela redução e hoje reconhecem o erro, que votem para que a emenda seja aprovada", declarou.
O vereador Hissa Abrahão pediu calma aos estudantes dizendo que muitos vereadores que na legislatura passada votaram a favor da redução da meia passagem, agora estão a favor dos estudantes. "Temos que trazê-los para o nosso lado, pois hoje esta casa já tem projeto que resgata os 120 passes e vamos juntos lutar para regulamentar essa situação", declarou.
O vereador Marcelo Ramos disse que votou contra a emenda que reduziu o número de meias passagens no final do ano passado e que pediu a votação da emenda do vereador Jose Ricardo. "Há uma vontade política de uma boa parte dos vereadores", declarou.
O vereador José Ricardo garantiu que vai continuar defendendo a meia passagem. "A redução do número de meias passagens foi um equivoco da legislação passada, mas essa nova legislatura vai manter o direito dos estudantes", afirmou.
Ricardo fez um apelo ao presidente da Câmara para colocar a emenda em votação, pois após a deliberação o projeto tramitará nas comissões técnicas onde será o melhor espaço para a discussão com os estudantes. "Não podemos ficar esperando pelo prefeito. Ninguém sabe as restrições que os estudantes vão sofrer no dia a dia".
Dezesseis vereadores da CMM já assinaram o projeto de emenda a Loman do vereador José Ricardo. São eles: Ademar Bandeira (PT), Arlindo Júnior (PMDB), Glória Carrate (PMN), Eduardo Castelo (PSB), Cida Gurgel (PRP), Elias Emanuel (PSB), Eloi Abreu (PTN), Gilmar Nascimento (PSB), Hissa Abrahão (PPS), Jaildo dos Rodoviários (PRP), Marcel Alexandre (PMDB), Marcelo Ramos (PCdoB), Socorro Sampaio (PP), Vilma Queiroz (PTC) e Wilker Barreto (PHS). Para o líder do prefeito, vereador Isaac Tayah (PTB), os estudantes estão fazendo briga sobre um assunto que já foi solucionado, somente em palavras pelo prefeito Amazonino Mendes.
Mesmo assim, a classe promete realizar mais uma semana de mobilização pela cidade, sem contar que, amanhã (13), os rodoviários podem palarizar mais de 40% da frota de ônibus a paritr das 4h, sem horário para terminar.
A Polícia Militar (PM) está fazendo uma operação, para que haja a ordem social e evitar maiores transtornos entre motoristas, passageiros e invasões à garagens de ônibus.
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